Pré-Sal - Petrobras prevê retomada da produção em Tupi em setembro

A Petrobras prevê que o TLD (Teste de Longa Duração) do poço na área de Tupi, situado no bloco BM-S-11, no pré-sal da bacia de Santos, volte a operar no mês que vem. Juntamente com a subida de produção de outras plataformas que começaram a produzir no início do ano, a Petrobras conta com a operação no pré-sal para fechar 2009 com média de produção acima dos 2 milhões de barris/dia.
Segundo a área de exploração e produção da companhia, os ajustes no equipamento instalado em Tupi estão sendo feitos dentro do cronograma, o que permitirá o retorno da produção, em torno de 15 mil barris/dia, em setembro.
O teste em Tupi foi interrompido no início de julho, depois de um parafuso de fixação de uma das árvores de Natal molhadas (equipamento submarino de controle de fluxo de poços) do projeto apresentar defeito. Segundo a Petrobras, a parada não vai atrapalhar o programa de desenvolvimento da área.
Além do TLD de Tupi, a Petrobras tem ainda prevista a subida de produção de outras unidades que passaram a operar recentemente. É o caso da plataforma P-51, instalada na bacia de Campos desde janeiro, cuja produção atual é de 78 mil barris/dia. A P-51 tem capacidade para produzir até 180 mil barris/dia. No primeiro semestre, a média da unidade foi de 45 mil barris/dia.
Já a plataforma Cidade de Niterói, instalada no campo de Marlim Leste desde fevereiro, está próxima do pico de produção, de 100 mil barris diários. No início de agosto, o sistema produzia 94 mil barris/dia. No primeiro semestre, a média de produção da plataforma foi de 63 mil barris/dia.
A Petrobras conta ainda com as produções das plataformas instaladas nos campos de Frade, operada pela Chevron, e em Parque das Conchas, operada pela Shell. Nas duas áreas, a estatal tem participação minoritária.
Em relação aos testes na camada pré-sal, a companhia planeja concluir, nos próximos 45 dias, testes de formação --que dão informações mais detalhadas-- nas áreas de Iara, no bloco BM-S-11, e Guará, no bloco BM-S-9, ambos na bacia de Santos. A estatal não fez previsões, no entanto, acerca da possibilidade de detalhamento dos volumes ali contidos após esses testes.
Em conferência com analistas e investidores promovida pela Apimec-Rio (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que já foi identificada reduções entre 10% e 30% no aluguel de sondas para exploração, de acordo com a especificação do equipamento.
No ano passado, lembrou o executivo, os custos com as sondas estavam bastante elevados, pelo aquecimento do mercado, que acabou arrefecendo um pouco em função da crise econômica.
"Hoje em dia, o custo para a aquisição de sondas está bem menor, e há disponibilidade no mercado, diferentemente do ano passado", comentou. Barbassa defendeu ainda a política de preços dos derivados praticada pela estatal, que não prevê alterações no curto prazo. Segundo ele, essa prática mantém estável a geração de caixa da empresa, o que, explicou, é fundamental para quem tem um plano de investimentos no longo prazo.
"Os resultados obtidos pela Petrobras, em relação à geração com a venda de derivados, são iguais a empresas que flutuam os preços no curto prazo. Não há perdas para a companhia, e o consumidor também ganha com a estabilidade dos preços", observou.
Cirilo Junior
Agência Folha