Crescimento populacional e a perda de biodiversidade

A população humana recentemente ultrapassou o marco de 6 bilhões de habitantes, tendo dobrado nos últimos 40 anos. Suprir a crescente demanda alimentar sem destruir novas áreas naturais tem sido um dos maiores desafios da atualidade. Muito embora o aumento na produtividade não signifique o fim da desnutrição, este constitui um fator que contribui para uma melhoria do futuro da maioria da vasta população mundial.
É amplamente aceito que os sistemas agrícolas dos países em desenvolvimento terão que atender a crescente demanda industrial e agrícola do consumo da população. É estimado que para o arroz, um aumento de 70% da produtividade seja necessário até o ano de 2025 para suprir sua crescente demanda. Tal aumento é tão insustentável como serão os resultados da severa depleção dos recursos naturais mundiais, principalmente nas regiões tropical e subtropical que concentram cerca de 80% da biodiversidade global (Taylor & Fauquet, 2000).
Nos últimos trinta anos as práticas da Revolução Verde têm alcançado um grande aumento nas colheitas de grãos. Nesta estratégia uma combinação de reprodução vegetal, aplicações agroquímicas e irrigação são utilizadas para maximizar as colheitas. Tais práticas já obtiveram aumentos de cerca de 130% nas colheitas em países subdesenvolvidos desde 1970. Graças a estas práticas, a Índia foi capaz de aumentar sua auto-suficiência alimentar, diminuindo as importações e limitando a destruição de habitats naturais (Taylor & Fauquet, 2000).Cientistas, agrônomos e políticos esperaram por muito tempo uma nova revolução na agricultura que ao mesmo tempo obtivesse incremento na produtividade, mínimo impacto ambiental e estivesse acessível a pequenos produtores. Para muitos a Biotecnologia cumpre com estes objetivos. A transferência de genes entre espécies é sem dúvida um dos mais inovadores aspectos desta tecnologia pois permite o rompimento da barreira entre espécies, sendo este limitado apenas pelo tempo, nossa imaginação e implicações éticas e de biossegurança. Biotecnologia portanto, representa um imenso potencial de ação para o bem-estar da humanidade, desde que os riscos desta nova tecnologia sejam mensurados e controlados.