Crescimento populacional e a perda de biodiversidade

A população humana recentemente ultrapassou o marco de 6 bilhões de habitantes, tendo dobrado nos últimos 40 anos. Suprir a crescente demanda alimentar sem destruir novas áreas naturais tem sido um dos maiores desafios da atualidade. Muito embora o aumento na produtividade não signifique o fim da desnutrição, este constitui um fator que contribui para uma melhoria do futuro da maioria da vasta população mundial.
É amplamente aceito que os sistemas agrícolas dos países em desenvolvimento terão que atender a crescente demanda industrial e agrícola do consumo da população. É estimado que para o arroz, um aumento de 70% da produtividade seja necessário até o ano de 2025 para suprir sua crescente demanda. Tal aumento é tão insustentável como serão os resultados da severa depleção dos recursos naturais mundiais, principalmente nas regiões tropical e subtropical que concentram cerca de 80% da biodiversidade global (Taylor & Fauquet, 2000).
Nos últimos trinta anos as práticas da Revolução Verde têm alcançado um grande aumento nas colheitas de grãos. Nesta estratégia uma combinação de reprodução vegetal, aplicações agroquímicas e irrigação são utilizadas para maximizar as colheitas. Tais práticas já obtiveram aumentos de cerca de 130% nas colheitas em países subdesenvolvidos desde 1970. Graças a estas práticas, a Índia foi capaz de aumentar sua auto-suficiência alimentar, diminuindo as importações e limitando a destruição de habitats naturais (Taylor & Fauquet, 2000).Cientistas, agrônomos e políticos esperaram por muito tempo uma nova revolução na agricultura que ao mesmo tempo obtivesse incremento na produtividade, mínimo impacto ambiental e estivesse acessível a pequenos produtores. Para muitos a Biotecnologia cumpre com estes objetivos. A transferência de genes entre espécies é sem dúvida um dos mais inovadores aspectos desta tecnologia pois permite o rompimento da barreira entre espécies, sendo este limitado apenas pelo tempo, nossa imaginação e implicações éticas e de biossegurança. Biotecnologia portanto, representa um imenso potencial de ação para o bem-estar da humanidade, desde que os riscos desta nova tecnologia sejam mensurados e controlados.

A natureza mostra força contra a destruição humana

Ilhas irão sumir, as doenças tropicais irão aumentar e espécies serão extintas enquanto o mundo aguarda a boa vontade russa em assinar o Protocolo de Kyoto – principal arma contra o aquecimento global.

No pouco tempo em que o homem habita a terra ele foi capaz de criar aviões, carros, potentes indústrias, a internet, a escrita e chegar a lua. Tudo isso às custas do meio ambiente que cedeu toda a matéria-prima para as invenções humanas e, em troca, foi agredido mais do que por qualquer outro ser vivo de todos os tempos. Mas agora a natureza está entregando a conta e ameaçando tudo o que o homem criou e a principal resposta à destruição é o aquecimento global. Cerca de 160 mil pessoas morrem por ano de doenças como malária até subnutrição em conseqüência disto e o quadro pode ser ainda mais alarmante em 2020, quando este número poderá dobrar, alertaram no início do mês cientistas da Organização Mundial da saúde e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. O estudo realizado pelos especialistas mostra que as crianças de países em desenvolvimento parecem ser as mais vulneráveis.
Durante a Conferência Mundial de Mudanças Climáticas, em Moscou, o professor Andrew Haines, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, disse que as estimativas ainda não haviam sido publicadas e que a maioria das mortes são em países em desenvolvimento na África, América Latina e Sudoeste da Ásia. Estas regiões têm sido fortemente abalados por ondas de subnutrição, diarréia e malária causadas pelas temperaturas recordes, enchentes e secas. “O estudo sugere que as mudanças climáticas podem trazer alguns benefícios para a saúde, assim como diminuir as mortes relacionadas com o frio e aumentar a produção das colheitas nas zonas temperadas, mas em compensação os casos de outras doenças irão aumentar”, afirma o pesquisador.

Reviravoltas climáticas

As previsões para o futuro em um mundo com temperatura mais elevadas não são das melhores. “A mudança dos padrões de chuvas, ventos e circulações dos oceanos que acompanham a elevação das temperaturas podem levar, particularmente nos países em desenvolvimento, à redução da produção agrícola, aceleração da extinção das espécies, alteração no suprimento de água doce, maior número de ciclones, tempestades de chuva e neve fortes e mais freqüentes”, afirma Mário Monzoni, da entidade Amigos da Terra – Amazônia, no livro “Mudanças Climáticas – tomando posições”.

A publicação ainda faz um alerta com relação ao aumento do nível do mar, como conseqüência do derretimento acelerado das geleiras. “O Ártico já perdeu 6% de sua área entre 1978 e 1996, um ritmo quatro vezes maior que o registrado no século XIX. Nestes casos, os impactos poderão ser potencialmente irreversíveis”, lembra o autor. Em setembro deste ano, uma das maiores placas de gelo do Ártico rompeu-se em decorrência do aquecimento global. Depois de se manter sólida por três mil anos, a placa de gelo conhecida como Ward Hunt, que fica na costa norte da ilha de Ellesmere, no território canadense de Nunavut, partiu-se em duas. Hoje um rio de água doce corre pela rachadura em direção ao mar, segundo relatos de cientistas americanos e canadenses.
Uma das conseqüências disso será a possibilidade de inundação a médio ou longo prazo de países insulares e cidades situados em zonas costeiras que são os mais vulneráveis à mudança do clima. “Estima-se que cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em áreas que podem ser diretamente impactadas (Bangladesh e Holanda, além de cidades como Boston e Nova York)”, destaca Monzoni.No último século a temperatura da Terra aumentou em 0,5 graus centígrados no último século e, se os níveis atuais de emissões forem mantidos, o aumento será cerca de 1 a 3,5 graus até o ano 2060, de acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) de 1996, publicado pela Universidade de Cambridge.Em 2002, uma densa e ampla nuvem de poluentes que se estendia do Japão ao Afeganistão perdurou na lista das grandes catástrofes ecológicas do mundo preparada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência. A grande massa de ar de tonalidade marrom e que possuía 3 km de espessura resultava de emissões de gases produzidos por fábricas, usinas termelétricas e escapamentos dos automóveis.

Congresso Mundial de Mudanças Climáticas

No início de outubro de 2002, governadores, pesquisadores científicos, empresários e ambientalistas de todo o mundo estiveram reunidos em Moscou para discutir quais as ações que devem ser tomadas para reverter o processo de aquecimento global. De 29 de setembro a 3 de outubro de 2003, a capital russa foi sede da Conferência Mundial de Mudanças Climáticas. Entre os temas que foram abordados estão problemas gerais decorrentes das mudanças climáticas, como influência humana, o papel dos oceanos, atmosfera e superfície terrestre e os eventos extremos; os impactos ecológicos, sociais e econômicos do aquecimento global; saídas para resolver o problema das emissões de gases do efeito estufa; políticas de desenvolvimento sustentável; o futuro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC); e a efetivação do Protocolo de Kyoto.A expectativa era que o governo russo anunciasse a ratificação do Protocolo de Kyoto durante o evento. Porém antes mesmo do seu início, fontes do alto escalão do Kremlin já avisavam que a Rússia não assinaria o acordo – passo necessário para trazer força ao pacto mundial – até ter garantias dos seus benefícios. “Nós precisamos receber garantias de que haverá distribuição de projetos ou de compras das nossas cotas. Estas garantias devem ser dadas pelas empresas estrangeiras e pelos países”, as fontes afirmaram.
Na abertura do evento, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que ainda estava estudando o protocolo e que a decisão só seria tomada no fim do Congresso, levando-se em consideração os interesses nacionais da Rússia. Porém a Conferência terminou e a decisão foi postergada para 2004. Após o discurso de Putin, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan pediu ao país que ratificasse Kyoto, afirmando que o pacto é o primeiro passo na luta contra o aquecimento global.

“Se as previsões estiverem certas, nossos filhos e netos não irão entender como permitimos que isso acontecesse”, declarou Annan. Já o recado vindo do secretário-executivo da Convenção Quadro de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, Joke Waller-Hunter, que administra Kyoto, para Putin foi que ele deveria ser mais específico ao indicar qual será a data da ratificação.
Depois das críticas, Putin se levantou e advertiu improvisadamente que talvez o aumento de 2 a 3 graus nas temperaturas não amedrontem tanto os países do norte, e que, pelo contrário, talvez fosse algo bom. “Você terá que gastar menos dinheiro em casacos de pele e outras roupas quentes. Especialistas em agricultura dizem que nossa produção agrícola está aumentando e continuará crescendo. Graças a Deus”, Putin afirmou. Entretanto, ele disse ainda que a Rússia também terá que levar em conta os desagradáveis problemas climáticos de todo o mundo.
No início de setembro de 2003 o ministro de desenvolvimento econômico e de comércio da Rússia, Mukhamed Tsikanov, afirmou que dificilmente o país ratificaria o Protocolo de Kyoto neste ano, pois o país ainda tem muitas dúvidas sobre seu funcionamento na prática. O Protocolo é o primeiro acordo que prevê o uso de mecanismos de mercado para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa. Com ele, os países capazes de retirar carbono da atmosfera além das cotas previstas poderão vender as cotas extras para outros países. Tsikanov ressaltou, porém; que o Protocolo só terá efeito econômico quando ficar claro como as cotas serão negociadas e como os projetos de cooperação internacionais serão organizados.

Dúvidas sobre o funcionamento de Kyoto

Observadores internacionais que participaram do Congresso ficaram surpresos com a atitude e têm dificuldades em interpretar quais são os reais motivos da Rússia para não ratificar o acordo.
As metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto mostram que Vladimir Putin só tem a ganhar com sua entrada em vigor. O acordo obriga 39 países desenvolvidos a deixar, no período de 2008 a 2012, a emissão de dióxido de carbono e outros gases nocivos 5,2% menor do que o índice global registrado em 1990.
Como o setor industrial russo entrou em colapso depois de 1990, com a abertura política; hoje o país emite menos poluição do que a 13 anos atrás, já que reduziu o número de fábricas. Como conseqüência disso, a Rússia sairia ganhando com a ratificação, pois poderia negociar cotas extras de permissão para emitir poluentes.
“A Rússia pretende extrair o máximo de vantagem política ao ratificar o Protocolo”, afirmou na Rádio Eco de Moscou no primeiro dia da Conferência, o ambientalista Alexei Yablokov. Esta não é a primeira vez que o país mantém esta estratégia. O exemplo mais próximo é a crise do Iraque, quando as autoridades russas se opuseram a invasão ao país enquanto negociavam nos bastidores. A posição do secretário de defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que afirmou que “não seriam respeitados os interesses russos”, obrigou Moscou a manter a postura inicial.
A reação mais contundente contra a decisão da Rússia de adiar o pronunciamento sobre Kyoto veio de Paris. A ministra do meio ambiente da França, Roselyne Bachelot, entregou a Putin uma carta do presidente Jacques Chirac onde este expressava a “absoluta necessidade” da Rússia ratificar o Protocolo. Roselyne Bachelot afirmou durante a Conferência que a posição do presidente russo não significa uma mudança radical de sua postura.
A ministra atribuiu o pronunciamento de Putin a necessidade de convencer uma comunidade científica russa dividida sobre a questão e uma opinião pública que é menos sensível às questões ambientais que os países ocidentais. Participaram do evento cerca de duas mil pessoas, vindas de mais de 100 países. “A Rússia pode desempenhar um papel de liderança e contribuir para a solução do problema das alterações do clima, ou pode escolher ficar do lado de George W. Bush”, afirmou o consultor político do Greenpeace Steven Guilbeault.

CONCEITOS EM ECOLOGIA

Ao perceber a enorme dificuldade de colegas de trabalho iniciantes e de estudo, resolvi colocar uma integra relacionada aos conceitos principais de alguns termos muito usados no meio das Ciências Ambientais.

Ecologia = Biologia ambiental. Estudo da relação de um organismo ou de grupos de organismo com o ambiente em que vivem, ou estudo das relações que os organismos mantêm entre si.
Ecólogo = Cientista que estuda tais relações dos seres vivos.
Ecologismo = Movimento Ecologista. Termo introduzido em 1979, significando um movimento ideológico aparelhado com dupla visão, composta de um elemento político autônomo e de um movimento social que conduz a sociedade a valorizar seus desejos culturais e a natureza.
Ecologista = Ambientalista. Adepto do movimento ecologista.
Ecossistema = Sistema ecológico natural, constituído por seres vivos (componentes bióticos) em interação com o ambiente (componente biótico) onde existe um fluxo de energia que conduz a uma estrutura trófica, uma diversidade biológica e uma ciclagem de matéria, com uma interdependência entre os seus componentes.
Biótico = Que tem vida. Componentes vivos de um ecossistema.
Abiótico = Sem vida. São os fatores ambientais físicos (ex. clima), químicos (ex. água e oxigênio como inorgânicos, e ácidos húmicos como orgânicos) de um ecossistema.
Trófico = Relativo à alimentação.
Biomassa = Massa de matéria viva. Matéria orgânica viva, presente num determinado tempo por unidade de área ou de volume (de água).
Biota = Todos os componentes vivos de um determinado sistema ecológico ou ecossistema.
Biodiversidade = Diversidade biológica. Variação do número de espécies em determinado ecossistema.
Biosfera = Ecosfera. Espaço do globo terrestre ocupado pelos seres vivos. Portanto, refere-se a toda superfície terrestre (litosfera), as águas (hidrosfera) e a porção da atmosfera habitada pelos organismos que voam ou que flutuam.
Adaptações = Adaptação ecológica. Capacidade que tem determinado ser vivo de ajustar-se a um ambiente, devendo-se entender que "ajustar-se" é uma conseqüência genética.
Habitat = Biotopo. Determinado espaço ou ambiente onde os fatores físicos e biológicos se interagem, formando condições mínimas para a manutenção de um ou de muitos organismos.
Cadeia Alimentar = Série de organismos de um ecossistema, através dos quais a energia alimentar proveniente dos produtores, que são os clorofilados, é transferida de um organismo para outro, numa seqüência de organismos que ingerem e que são ingeridos. A cadeia é, em geral, constituída pelos seguintes níveis tróficos, produtores primários, consumidores de primeira ordem ou herbívoros, que devoram os produtores primários, em seguida vem os consumidores de segunda ordem ou carnívoros de primeira ordem, que se alimentam dos herbívoros; seguem-se os consumidores de terceira ordem, que devoram os consumidores de segunda ordem, e assim por diante.
Teia Alimentar = Rede alimentar. É um entrelaçamento de diversas cadeias alimentares, ou seja, as cadeias alimentares não são seqüências isoladas e por isso podem estar interconectadas através de um ou mais de seus componentes.
Antrópico = Relativo ao ser humano. Quando se refere a "meio antrópico" queremos dizer tudo que diz respeito ao homem, ou seja, os fatores sociais, econômicos e culturais, em interação com o ambiente em que ele vive.
Agrossistema = Agroecossistema = Ecossistema agrícola. Sistema ecológico introduzido e manipulado pelo homem, constituído por seres vivos (biótico) em interação com o ambiente (biótico)
Agroecologia = Aplicação de princípios ecológicos nas ciências agronômicas.
Poluição = Efeito acarretado pelo procedimento humano de lançar na natureza, resíduos, dejetos ou qualquer outra material que altere as condições naturais do ambiente, contaminando ou deteriorando a fonte natural de recursos: ar, terra e água, sendo prejudicial ao próprio homem ou a qualquer ser vivo.
Conservação = É o manejo dos recursos do ambiente, com o propósito de obter-se a mais alta qualidade sustentável da vida humana, sem que esses ambientes percam sua originalidade.
Preservação = Ação de proteção e/ou isolamento de um ecossistema com a finalidade de que ele mantenha suas características naturais, por constituir-se como patrimônio ecológico de valor.
Contaminação = resultado do contato de organismos, geralmente o ser humano, com substâncias nocivas à saúde, tais como substancias tóxicas ou radioativas ou organismos patogênicos. A contaminação refere-se ao efeito do contato com solventes.
Deterioração = Ação ou efeito de deteriorar. Por em mau estado, danificar, estragar, arruinar.
Desenvolvimento Sustentável = Ecodesenvolvimento. Melhoria da qualidade de vida, dentro da capacidade de suporte dos ecossistemas, ou desenvolvimento visando às necessidades do presente, sem comprometer-se à disponibilidade de recursos que as gerações futuras necessitarão, ou desenvolvimento sócio-econômico, respeitando e procurando manter as características da natureza, sendo portanto baseado em princípios ecológicos, para exploração dos seus recursos; esperando-se com isso, que sejam evitados o desperdício e a degradação ambiental.
Degradação = Redução de um recurso natural renovável até um certo nível de produção sustentável, ou seja, refere-se a explotação até uma taxa limite de reconstituição natural.
Explotação = Ação ou efeito de explorar.Explorar economicamente os recursos naturais de uma determinada área.

Consciência ambiental, consumo sustentável, Como trabalhar o Ensino?


Introdução

Para começar temos que fazer uma escolha: optar entre o capitalismo selvagem ou os preceitos da Agenda 21 (aprovada na Rio 92), que procura harmonizar desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, assegurando um permanente respeito e cuidado com a Biodiversidade.
Para tal escolha devemos rever alguns dados: existe no Brasil aproximadamente 35 mil latifúndios com área superior a 1000 hectares cada, o que significa uma área improdutiva de 153 milhões de hectares (correspondente à soma dos territórios da França, Alemanha, Espanha, Suíça e Áustria). As áreas com menos de 10 hectares representam quase 53% das propriedades rurais e ocupam menos de 3% da área total. Os latifúndios com mais de 1000 hectares representam menos de 1% dos estabelecimentos rurais, mas ocupam 43,8% da área total. Tais informações nos mostram como o Brasil vê a sua situação latifundiária. Quanto à Biodiversidade podemos observar que o Brasil é um dos países mais ricos em fauna e flora no conjunto dos seus Ecossistemas (Floresta Amazônica, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica, Campos, Zona Costeira e Marinha); mas através de ações do Homem gradativamente esses Ecossistemas estão sendo destruídos. Portanto temos problemas antigos para serem resolvidos como: reforma agrária; diminuição da Biodiversidade pela exploração dos recursos naturais; poluição dos rios, mares, lagos, lagoas e do ar; crise energética; a fome (num país tão rico), etc.
Para todos estes problemas existe uma grande quantidade de leis (o Brasil apresenta boas leis sobre o Meio Ambiente), mas acontece que algumas são cumpridas integralmente, outras parcialmente e outras não são cumpridas. Temos, portanto uma série de problemas que os Governos têm que tentar resolver a fim de que o Brasil não se torne um país de 4º mundo, isto é, muito abaixo da linha de pobreza; toda a Sociedade deve participar dessa mudança, com toda a integração possível.

Mas enquanto esperamos do Governo soluções dos grandes problemas nacionais, o que nós professores podemos fazer? Pois somos os melhores agentes de transformações sociais. Podemos criar entre nós e principalmente nos alunos, uma consciência ambiental; pois eles têm que saber que temos que cuidar desta nave chamada Terra; a fim de que possamos deixar paras as outras gerações um lugar com possibilidade ainda de vida.
"Atualmente, mais do que nunca, precisamos de imaginação e criatividade de todos para que a Sociedade atravesse uma transformação maciça, necessária ao surgimento de uma Sociedade Planetária". (Margaret Mead)
De certa forma, todos nós somos educadores ambientais, e como disse o Professor Marcos Sorrentino, em 1997:
"Todo indivíduo que coloca para si o desafio de implementar a mudança de comportamento, essencial para que o Planeta Terra possa sobreviver e oferecer condições de vida para pessoas que ainda não nasceram ou que já nasceram mas estão excluídas de qualquer benefício."Portanto, podemos pensar a nossa realidade e traçar caminhos para passar dos problemas à conquista dos sonhos, através da Educação Ambiental.

A Educação Ambiental ocorre em três áreas:

Educação Formal:
É a que se desenvolve na escola, que apresenta um currículo oficial e um currículo oculto, e que a soma dos dois forma o currículo real.

Educação Não-Formal:
É a que se direciona a comunidade e onde cabe uma grande diversidade de propostas, e que tem como objetivos a melhoria da qualidade de vida da comunidade e também o fortalecimento da cidadania. Como exemplo disso, está nos: "5 menos que são 5 mais", slogan criado para identificar cinco atitudes que geram economia nos custos empresariais e, ao mesmo tempo, diminui o abuso do uso dos recursos naturais:

1 - Economia de energia,
2 - Combate ao desperdício de matérias-primas,
3 - Economia de água,
4 - Redução da poluição do ar ou sonora e
5 - Coleta seletiva e reciclagem do lixo.

Educação Informal:
É aquela transmitida informalmente, como o próprio nome diz e ocorre através das notícias dos jornais, rádio ou TV, de filmes ou vídeos, por um trabalho artístico, uma peça teatral, um livro, ou ainda por campanhas publicitárias, educativas ou fiscalizadoras.

Educação Ambiental só é eficiente quando trabalha três esferas ou domínios.

ESFERA COGNITIVA:
É o campo do conhecimento onde a pessoa recebe as informações básicas sobre os temas que estão sendo trabalhados, sobre a área natural e o mundo construído pelo ser humano. Quanto maior conhecimento houver sobre o assunto, maior será o amor.

ESFERA AFETIVA:
É simbolizada pelo amor pela mãe-natureza. Sem ela a Educação Ambiental perde efetividade, pois é através da esfera afetiva que as pessoas se sensibilizam para agir em favor do ambiente e de um mundo sustentável.

ESFERA DO DOMÍNIO TÉCNICO:
Para exercer o desenvolvimento sustentável não bastam as informações teóricas, ou gostar da questão. Deve-se conhecer formas para transformar a teoria em prática. Por isso, a transmissão deste conhecimento é fundamental, como parte da Educação Ambiental.

Não existe uma única regra para trabalhar em Educação Ambiental, tanto na Educação Formal como na Não-Formal.
Como exemplo, uma proposta do educador Paulo Freire está no uso das duas siglas (NIPS e UAIS):
- NIPS significa - NECESSIDADES/INTERESSES/PROBLEMAS, que na prática, significa que o educador deve partir da realidade local, estudando as necessidades, interesses e problemas vividos pelo público-alvo. Em função disso, estabelecem-se as UAIS.
- UAIS significa - UNIDADES DE APRENDIZAGEM INTEGRAIS que, na prática, consistem basicamente na seleção de um ou mais temas centrais que façam parte das necessidades, interesses e problemas do público-alvo.

Isso será o ponto de partida para trabalhar as três esferas: Cognitiva, Afetiva e Domínio Técnico, facilitando o trabalho interdisciplinar, usando como base às questões locais e valorizando as experiências da comunidade local, que são princípios da Educação Ambiental.

A Educação Ambiental trabalhada desta maneira faz com que a "poeira levante", para as pessoas porem a "mão na massa", "mudarem o mundo", partirem de "baixo para cima".

A melhoria da aprendizagem só ocorre quando fazemos trabalhos interdisciplinares, através de grandes temas, a fim de que o aluno comece a ter conhecimentos, habilidades, competências e valores muito mais amplos.
Isto é o que chamamos de Educação Libertadora e cujo principal objetivo não é apenas educar as pessoas para que elas atinjam níveis mais elevados e sim contribuir para a transformação social, tornando as pessoas iguais, e que todas tenham as mesmas possibilidades de alimentação, estudo, casa, etc. Esta Educação Libertadora produz nos indivíduos uma consciência de maior cidadania; inclusive a Consciência Ambiental.

Para um trabalho de Educação Ambiental é necessário conhecer as fases que denominamos de P.P.P: PLANEJAMENTO,PROCESSO e PRODUTO.

- Qual a nossa realidade local?
- O que a gente quer fazer? (esses são os nossos objetivos)
- Quais os recursos que já existem?
- Quais recursos que são necessários?
-Vamos criar atividades (visitas de campo, jogos, material didático, campanhas, palestras etc.)
- Precisamos criar materiais didáticos ou podemos adequar os que já existem?
- Como vamos montar nosso cronograma de atividades (quanto tempo a gente vai gastar em cada etapa?)
- Nosso pessoal precisa ser treinado?
-Nossos objetivos foram alcançados?
- Os resultados mostram o que precisamos mudar no cronograma?
- Quem sabe se mostrarmos nossos resultados conseguiremos apoio para a continuação do programa ou a criação de novos?
- Como podemos divulgar os nossos resultados?

Todo o resultado é importante: devemos tentar aprender com todas as experiências, boas e ruins. Se tivermos sucesso, ótimo. Mas se não saírem como queríamos, não quer dizer que a experiência não foi válida. Devemos buscar entender o porquê isso ocorreu, para não repetir o erro.

Conceitos básicos:
Devemos lembrar os três conceitos básicos relativos a lixo, que são conhecidos como os 3R: Redução, Reutilização, Reciclagem.

1 - Redução
- Diminuição do consumo;
- Comprar produtos duráveis;
- Adotar um consumo mais racional;
- Dividir com outras pessoas materiais como: jornais, revistas, livros, etc.


2 - Reutilização
Recuperação de móveis e objetos;
Embalagens para outros usos (caixas de sapato, sacos de supermercado, potes etc.); e
Roupas, sapatos, brinquedos (utilizados por outras pessoas).

3 - Reciclagem
- Após a coleta seletiva são encaminhados para as indústrias de reprocessamento. (Jornais, vidros, plásticos, alumínio, outros metais).

Dos três R é necessário entrarmos em detalhes sobre a reciclagem, pois ela além da melhoria do meio ambiente é a que produz grande volume de dinheiro e emprega um grande contingente de trabalhadores.