Sistema de Posicionamento Dinâmico

Estruturas flutuantes, como navios de perfuração, barcaças de lançamento de dutos e plataformas semi-submersíveis de produção, são amarradas por linhas ancoradas ao fundo do oceano mantendo-as próximas à posição de equilíbrio inercial. Entretanto, grandes movimentos oscilatórios dificultam as operações de produção e lançamento de dutos.

Além disso, a capacidade de movimentação é muito baixa, sendo que estruturas maiores requerem a utilização de rebocadores de âncoras para posicioná-las.
Com o crescimento do número de estruturas atuando na área offshore, houve a necessidade de se desenvolver e modernizar sistemas mais eficientes e seguros, o que vem representando grandes investimentos nos sistemas de posicionamento dinâmico (DP – Dynamic Positioning).
O posicionamento dinâmico é um sistema que controla automaticamente a posição e o aproamento de uma embarcação por meio de propulsão ativa que deve possuir especificações especiais, diferindo dos propulsores comumente utilizados em navegação. No geral, corresponde a um complexo sistema de controle, composto por sensores (GPS, sonar, anemômetros, giroscópios etc.), atuadores (propulsores e leme) e um processador central responsável pela execução do algoritmo de controle e pela troca de informações com o operador.
Como as condições ambientais são variáveis, o sistema de controle recebe sinais dos pontos de referência sendo capaz de controlar os propulsores de passo controlável, os impulsionadores laterais (thrusters) e o leme. Os propulsores devem apresentar resposta compatível às mudanças reagindo rapidamente ao comando. O homem só interfere em mudanças de posição ou em situações de emergência.
Através de aproximações lineares para descrever a variação das forças com as velocidades, foi possível definir qual a força necessária para que o navio pudesse realizar o giro ou movimento lateral desejado em um determinado espaço de tempo.
A posição pode ser mantida em relação a um certo ponto fixo na superfície ou relativa a um determinado objeto móvel, tal como um outro navio-tanque ou um equipamento submerso.
O navio também pode ser posicionado num ângulo favorável em relação à direção dos ventos, correntezas e ondulações.

AMORTECIMENTO DE POÇOS - Parte 2

COMBATE À PERDA PARA A FORMAÇÃO

A grande maioria dos poços do ATP-N se trata de poços antigos e com grandes volumes produzidos, o que faz com sejam excessivamente depletados.
Assim sendo, torna-se impossível amortecê-los e mantê-los cheios até a superfície, pois a pressão hidrostática do fluido de amortecimento, por mais leve que seja, suplanta em muito a pressão da formação.
Considerando-se um poço amortecido com água pura, cujo gradiente é de 0,1 (kgf/cm2)/m, podemos ver que, a -3000 m, a pressão hidrostática é de 300 kgf/cm2, o que faz com que o nível estático destes poços varie de -1000 a -1700 m.
Vê-se portanto, que em todas intervenções onde houver necessidade de fazer circulação, normalmente para limpeza de areia do fundo do poço, torna-se imperioso que se faça um combate à perda, de modo a permitir o completo enchimento do poço.
O ATP-N/IP utiliza o fluido BR-carb para fazer o combate à perda para a formação. Este, na verdade, é um fluido de perfuração, do tipo “drill in fluid”.
O combate à perda é feito bombeando-se o BR-carb para o poço. Por ser um fluido de perfuração, isto é, uma suspensão de sólidos em um líquido, à medida em que a formação vai absorvendo a parte líquida, vai também filtrando a parte sólida, que forma um reboco impermeável.
Fazendo uma analogia um pouco grosseira, é como coar café. O líquido passa e a parte sólida (o pó), fica retido no coador, formando um reboco que, ao atingir determinada espessura, chega a parar a filtração, sendo necessário removê-lo com uma colher para prosseguir a filtração.
Após a formação do reboco impermeável, a perda se extingue, ou abaixa para níveis baixíssimos, e é então possível encher o poço.
Atentar que, pelo fato de serem todos poços bastante antigos, e que, ao longo de toda a sua vida produtiva já produziram um volume razoável de areia, existem espaços vazios por trás do revestimento, que precisam ser preenchidos antes de se iniciar a formação do reboco.
O volume gasto para tal é da ordem de 200 a 300 bbl, sendo que, em alguns casos, costuma-se “engrossar” o BR-carb com calcita média ou mesmo grossa, para acelerar este processo de enchimento dos grandes vazios.
No final da intervenção, antes de se equipar o poço, o BR-carb deve ser removido, pois, por ser uma suspensão de sólidos, sempre ocorre uma decantação de parte destes sólidos no fundo do poço, quando se passa um tempo sem efetuar circulação.
Este fenômeno é completamente incompatível com os equipamentos de completação, já que impossibilita abertura de válvulas, encamisamento de mandris, e causa prisão de ferramentas, por atrito com as paredes das mesmas e do poço.
Portanto, o BR-carb que está dentro do poço é substituído por fluido de completação. A parte que penetrou nos canhoneados (o reboco), contudo, aí permanece.
A sua retirada é facilmente feita quando se dá um draw-down no poço, pois, nesta hora, o diferencial de pressão poço X formação inverte, passando a ser formação X poço, e empurrando o reboco para dentro do poço e daí para a superfície.