BOAS VINDAS A NOSSA NOVA BLOGUEIRA

Queridos leitores, todos sabem do crescimento desse espaço. Hoje temos comunidade no orkut, diversas empresas divulgando conosco e muitos colaboradores. Gostaria de agradecer a todos, pois esse crescimento só aconteceu por causa de vocês queridos leitores, divulgadores e colaboradores.

Quero dar as boas vindas hoje a nossa nova Blogueira Fabíola Rodrigues, que a partir de hoje escreverá para nós aqui também. Nossa querida colaboradora é 
- Professora de Cursos de Petróleo e Gás
- Doutoranda em Saneamento Ambiental - Universidade Federal do Ceará;
- Mestrado em Engenharia de Transportes - Universidade Federal do Ceará;
- Especialista em Petróleo e Gás pela Agência Nacional de Petróleo da U.F.C;
- Química Industrial pela Universidade Federal do Ceará.

Segue o artigo de estréia de nossa querida colaboradora.


Fluidos de perfuração

A perfuração de um poço é uma tecnologia-chave para exploração e produção de petróleo, uma vez que os custos envolvidos neste processo podem representar de 40 a 80% dos custos totais de exploração. Dentre os elementos de grande relevância na perfuração de poços, destaca-se o fluido de perfuração. A sua correta formulação é de fundamental importância para que este possa desempenhar suas funções e auxiliar durante o processo. Para isto, diversos produtos são adicionados ao fluido, dentre eles, argilas e polímeros utilizados para controlar a viscosidade, o limite de escoamento, a força gel e filtrado em valores adequados para conferir ao fluido uma boa taxa de remoção dos sólidos perfurados e capacidade de estabilização das paredes do poço. Os fluidos à base de água são uma boa opção quando se fala em preservação do meio ambiente em substituição aos fluidos de base óleo.
 O principal desafio é o desenvolvimento de um fluido aquoso que apresente suas propriedades reológicas e de filtração estáveis a temperaturas superiores a 130°C. Aditivos convencionais, como biopolímeros ou polímeros sintéticos, tornam-se ineficientes a altas temperaturas ou proporcionam um acréscimo na reologia quando usado em quantidades necessárias para cessar a perda de filtrado. Os produtos utilizados para perfuração de poços são na sua grande maioria importados o que causa seu elevado custo.
Os fluidos de perfuração são conceituados de diferentes maneiras por diferentes autores. O Instituto Americano de Petróleo (API) considera fluido de perfuração qualquer fluido circulante capaz de tornar a operação de perfuração viável. Contudo, autores como Thomas et al.(2001) consideram os fluidos de perfuração como misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por vezes, até de gases. Sendo que, do ponto de vista químico, eles podem assumir aspectos de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos componentes. Do ponto de vista físico, os fluidos de perfuração assumem comportamentos de fluidos não-newtonianos, ou seja, a relação entre a taxa de cisalhamento e a taxa de deformação não é constante (MACHADO, 2002).
Tradicionalmente, os fluidos de perfuração são divididos em dois grupos: WBF’s (Water Based Fluids), NAF’s (Non Aqueus Fluids). Embora existam os fluidos à base de ar, estes são muito pouco utilizados. Os chamados NAF’s são subdivididos em 3 grupos, englobando os fluidos não dispersáveis em água e os de base não aquosa (MAIRS et al., 2000).
A chamada formulação ideal de um fluido é importante uma vez que diversos problemas podem ser causados caso o fluido de perfuração não esteja de acordo com o sistema a ser perfurado. Esses problemas podem ser: a perda de circulação, ineficiência da limpeza do poço, ocasionar um potencial agressivo ao meio ambiente, ser um potencial formador de hidratos dentre outros (SORGARD et al.,2001).
Os polímeros comumente utilizados em fluidos de perfuração podem ser classificados em polímeros naturais, polímeros naturais modificados e polímeros sintéticos. Os polímeros naturais nos fluidos de perfuração são as chamadas gomas, os biopolímeros e os  base de amido. O amido é um polímero cuja molécula estrutural apresenta um caráter ligeiramente aniônico, sendo, portanto considerado um polímero hidrofílico. Essa característica o torna capaz de absorver grande quantidade de água, o que permite a esse composto atuar como controlador da perda de fluido para a formação. Outra característica importante é o fato de possuir partículas grandes em sua cadeia, o que auxilia na minimização da penetração do fluido de perfuração na formação.
Os biopolímeros, geralmente, são polissacarídeos produzidos a partir da fermentação bacteriana. São polímeros que apresentam alto peso molecular em torno de 1 a 2 milhões. Assim como o amido, suas moléculas apresentam-se ligeiramente aniônicas, o que lhes confere a capacidade de absorver grande quantidade de água, por isso os biopolímeros são usados no controle reológico e para melhorar o processo de carregamento de cascalhos durante a perfuração.
Os polímeros modificados mais utilizados na indústria petrolífera são os CMC (carboximetilcelulose); HEC (hidroxietilcelulose) e o CMS (carboximetilamido). A principal função desses polímeros é a de tornarem o fluido mais viscoso, melhorando a capacidade de carregamento de cascalhos. Assim como os polímeros naturais, os polímeros modificados são agentes hidrofílicos capazes de absorver grande quantidade de água. O grupo que constitui os polímeros sintéticos é formado pelos poliacrilatos, polímeros produzidos a partir do petróleo, e pelas poliacrilamidas que são copolímeros de varias proporções de acido acrílico e acrilamida. Os poliacrilatos normalmente são aniônicos apresentando estruturas que não são complexas tendo seu uso variando de acordo com seu peso molecular. As moléculas com baixo peso molecular (< 1000), são utilizadas como afinadores e defloculantes, essas funções são devido ao fato dos poliacrilatos de baixo peso molecular apresentarem muitas cargas negativas e alta capacidade de adsorção de sólidos ativos dos fluidos (CAENN et al., 1995).
Os fluidos à base de água são uma boa opção quando se fala em preservação do meio ambiente em substituição aos fluidos de  base óleo. O principal desafio é o desenvolvimento de um fluido à base de água que apresente suas propriedades reológicas e de filtração estáveis a temperaturas superiores a 130°C. Aditivos convencionais, como biopolímeros ou polímeros sintéticos, tornam-se ineficientes a altas temperaturas ou proporcionam um acréscimo na reologia quando usado em quantidades necessárias para cessar a perda de filtrado (FARIAS, 2009).









Fabíola Odete Rodrigues