ANP retira blocos não licitados na 8ªrodada para levar a leilão

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a retirada das áreas ofertadas e não vendidas na 8ª rodada de licitações de blocos de petróleo e gás natural, realizada em 2006 e suspensa pela Justiça.
Segundo a agência, a decisão foi tomada para incluir essas áreas na próxima rodada de licitações ainda sem data prevista. A venda das áreas porém ainda depende da elaboração do novo marco regulatório para o pré-sal, segundo autoridades do setor, já que algumas áreas podem fazer parte do cobiçado "cluster" da bacia de Santos.
"(A mudança foi feita) em virtude do tempo prolongado que a questão jurídica relativa à oitava rodada tem demandado e por ser vantajosa para o país a possibilidade de inclusão das áreas que não foram objeto de oferta em futuras rodadas", justificou a ANP em nota no site.
Estavam na 8ª rodada e voltarão à venda, provavelmente no ano que vem, após a aprovação do novo marco do pré-sal, blocos na bacia de Santos, Espírito Santo, Barreirinhas, Sergipe-Alagoas, Pará-Maranhão e Pelotas.
Os da bacia de Santos que voltarão à rodada, os mais cobiçados por estarem mais perto da jazida gigante do pré-sal, serão os blocos dos setores SS-AR2 (Nova Fronteira, em águas rasas) e SS-AP2 (Elevado Potencial'', em águas profundas).
A 8ªrodada foi aberta em novembro de 2006 e vendeu 38 dos 58 blocos ofertados, nas bacias de Santos e Tucano-Sul, arrecadando 588,1 milhões de reais em bônus de assinatura.
A Petrobras foi a grande vencedora do leilão, mas a italiana Eni fez a maior oferta por um bloco na bacia de Santos antes do anúncio oficial da descoberta do pré-sal. A petrolífera ofereceu R$ 307,4 milhões pelo S-M-857, próximo ao bloco de Bem-te-vi (BM-S-8), adquirido pela Petrobras, Shell e Galp na segunda rodada da ANP.
Nenhuma empresa que adquiriu blocos na 8ªrodada assinou contrato na ANP para começar a explorar as áreas devido aos problemas com a rodada, apesar da Justiça já ter permitido a volta do leilão.
Bem-te-vi ainda não possui estimativa de reservas, mas foi anunciado em maio do ano passado como sendo um reservatório de boa qualidade, com óleo de densidade entre 25 e 28 graus API. Quanto mais próximo de 50, mais leve o petróleo e mais fácil é o seu refino.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura Adriano Pires, as áreas retiradas têm perspectivas interessantes por estarem próximas do pré-sal, mas ele não crê que o governo realize leilões no curto prazo, principalmente com essas áreas.
"Tinha blocos do pré-sal, por isso não voltaram até hoje, mas na minha opinião só deve ter leilão de novo em 2012", afirmou, lembrando que em 2010 será ano eleitoral e 2011 o primeiro do novo presidente e quando o marco regulatório do pré-sal deverá estar se consolidando.